sábado, 26 de novembro de 2011

"MEU SANGUE AMAZÔNIDA" - QUEM MERGULHOU NAS ÁGUAS DO TAPAJÓS E AMAZONAS SABE DO QUE ESTOU FALANDO...


Vou para o interior...
Pra Vila do Curuai ou Aramanaí
Não estou “nem ai” para quem
Me reprovar... Sei o que quero...
E o que quero é salutar!
Quero conversar com moradores,
Ajudá-los a abrir palha numa noite
De luar... No puxirum é assim:
Todos trabalham juntos a bem
Da comunidade ou de uma família!
Quero caminhar longas distâncias,
Sem medo de assalto e respirar
Um ar puro bem do alto da serra...
Quero pescar, passear de canoa,
Prosear com ribeirinhos, catalogar
Flores e passarinhos e sentir
O tempo passar de mansinho
Como o voo do gavião...
Apreciar um clarão no horizonte
E depois o estrondo do trovão!
Nas noites estreladas quero ver
As “estrelas caídas”, o piscar das
Almas do bem, as idas e vindas
De satélites e aviões...
Quero ouvir estórias de visagens
E do bem vencendo o mal...
E no meu quintal quero almoçar
Debaixo de uma árvore, e depois,
Descansar e dormir numa
Fresquinha rede de algodão na delícia
Do vento ininterrupto... (o que sopra da várzea).
Por fim, quero meditar a minha vida,
Encher de dengo e carinho
A minha querida... Recuperar, com urgência,
Minha dignidade humana e sentir
O amor que emana da vida simples
Dos ribeirinhos dos rios da Amazônia!

            Paulo Paixão o Poeta do Tapajós

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