EM SANTARÉM EXISTEM MÉDICOS BONS E MÉDICOS FAZENDO DO SEU TRABALHO UMA MINA DE DINHEIRO

O escândalo que assombra a saúde pública de Santarém está trazendo à tona várias situações que, até então, estavam escondidas. 

Altos salários e a falta de compromisso por parte de alguns médicos são fatos que preocupam a sociedade santarena, provocando um clima de desconfiança entre as pessoas que utilizam os serviços de saúde pública. 

Não devemos tirar os méritos dos médicos que trabalham de forma correta, dentro dos padrões exigidos pela profissão. Mas outros estão fazendo do seu trabalho em instituições públicas uma mina de dinheiro. O pior: de dinheiro público. 

Cuidar da vida de pessoas não é apenas escrever em um pedaço de papel o nome de um remédio. É, principalmente, conhecer de fato o motivo pelo qual o paciente buscou atendimento. 

Seria muito fácil um professor entrar na sala de aula, escrever o nome de um livro no quadro, mandar os alunos estudarem um assunto e ir embora. Ou um engenheiro acompanhar uma obra de casa. Esses dois exemplos afetam as vidas das pessoas. Os alunos não receberão explicações sobre o que devem estudar e não aprenderão o suficiente. O prédio abandonado pelo engenheiro pode desabar, matando pessoas. 

Assim funciona com todas as profissões, principalmente com médicos. 

Quando um médico assume a responsabilidade de administrar um hospital, deve ter consciência de que precisa estar ali em tempo integral, sem tirar o foco do seu trabalho em outras atividades. 

Ao ser escolhido como diretor do hospital, o salário é garantido. Como esta escolha é política, o dinheiro é certo. E a ganância não é controlada. Transformando sua função principal como uma “fonte segura de renda”, deixa de cuidar da sua obrigação, fazendo mais dinheiro “por fora”. 

Quem perde são os usuários, pois a bagunça é generalizada quando o administrador não está. 

Assim aconteceu com o médico Fábio Tozzi, diretor do Hospital de Urgência e Emergência da Santarém, que aproveitou esta “facilidade” em receber salário para ocupar ainda mais os espaços na sua carteira, que deve ser bem grande para tanta vontade. 

Vale aqui ressaltar que, em março deste ano, a Juíza da 8ª Vara de Santarém, Betânia de Figueiredo Pessoa, determinou a exoneração imediata do diretor do Hospital Municipal, Fábio Tozzi por não dedicar-se exclusivamente ao desempenho do cargo que ocupa. 

Porém, a “amizade” com a prefeita parece ter mais força do que a própria lei. 

Nesta semana, após denúncia feita pelo Blog do JK, canal de notícias que está mostrando a verdade ao povo, Fábio Tozzi e outros 7 médicos do Hospital Regional do Baixo Amazonas decidiram processar o dono do site. 

Manifesto aqui, como usuário do serviço público de saúde, minha insatisfação à atitude destes médicos. Considero uma afronta e ameaça à liberdade de expressão. O que o caro amigo fez foi apenas mostrar que existem irregularidades e precisam ser paradas. 

Como médicos, talvez estes não entendam que esta é a função do jornalismo: informar. 

Antes de processar alguém, seria interessante que eles tentassem, ao menos, explicar ou provar que não cometem estes erros inaceitáveis. 

A questão está tomando proporções interessantes à população, e estará sendo amplamente divulgada em todos os meios de comunicação possíveis. 

Ainda, dou todo o meu apoio ao Blog do JK neste caso, assim como em vários outros. 

Compromisso é a palavra de honra do Blog, e estou à disposição para defender os interesses do povo, opinando sobre o caso, até que toda a verdade apareça e a farra com o dinheiro público acabe. 

Elielson Rezende, professor em Santarém