terça-feira, 30 de outubro de 2012

QUEM MANDOU ELA REAGIR. ELA MERECEU, DISSE UM DOS ASSASSINOS DA JOVEM CAROLINE LEE

Caroline Silva Lee, uma jovem de apenas de 15 anos, foi assassinada na madrugada do domingo retrasado (21/10), numa rua de Higienópolis, bairro nobre de São Paulo - SP, quando voltava com o namorado Jardel, de 24 anos, da festa de aniversário de uma amiga.

Os assassinos, Marcus Vinícius Gomes, 19 anos, Alex Venâncio, 18 anos, e Claudinei Modesto, também com 18 anos, fugiram em um veículo roubado uma semana antes, levando as mochilas de Caroline e Jardel, foram perseguidos, bateram o carro, que era dirigido por Claudinei, trocaram tiros com a política, mas acabaram presos, cerca de duas horas depois do crime.

Segundo Leslie Caram Petrus, a delegada de polícia encarregada do caso, os três rapazes confessaram o assassinato com deboche, sem nenhum arrependimento. 

Marcus Vinicius, que confessou ser o autor dos tiros que mataram a menina, respondeu, quando a policial lhe perguntou o porquê dos disparos:

- Ah, ela reagiu. É isso que acontece com quem reage - no que foi seguido por Alex, que começou a rir e disse:

- Quem mandou ela reagir. Ela mereceu.

Caroline tinha uma bolsa de estudos no Colégio São Luís, um dos mais tradicionais de São Paulo, onde cursava a 2ª série do ensino médio.

- O objetivo dela era crescer na vida. Ela ia atrás de todo curso. Inglês, espanhol, tudo - explicou Maria Lee Silva, mãe da garota.

O crime ocorreu quando o casal retornava de uma casa noturna onde comemoraram o aniversário de uma amiga, Beatriz Pugliese. Os dois foram seguidos por Marcus e Alex. Caroline levava uma mochila, com celular, máquina fotográfica, agenda e os desenhos que ela adorava fazer.

- O que estava na frente sacou a arma, próximo dele, e falou: eu vou atirar, eu vou atirar. E ela ficou segurando a mochila e gritando. Na hora que eu pensei em puxar ela, ele já puxou o gatilho - contouJardel.

Caroline foi morta com dois tiros na cabeça.

O pai de Caroline, um imigrante coreano, morreu de câncer quando ela tinha apenas 9 anos de idade. Ele era fisioterapeuta e um mestre das artes marciais, caminho que a menina também queria seguir. Há cinco meses ela fazia aulas de kung fu e pensava em ter a própria academia.

- Só vai acabar essa dor no dia que eu morrer - disse, emocionada, a mãe de Caroline.

Assassinos covardes

Marcus Vinicius, o animal que confessou ter atirado na jovem, não terminou o primeiro grau e com com 15 anos já era interno da Fundação Casa, antiga FEBEM, por tráfico de drogas. Em abril do ano passado, dois meses antes de completar 18 anos, ele praticou um roubo, ocasião em que chegou a disparar a arma que portava, sem, contudo, atingir a vítima. Alex e Claudinei também não foram além do primeiro grau nos estudos, e quando menores, envolveram-se em crimes de roubo e tráfico de drogas, respectivamente. Pobres meninos! Com toda a certeza, a Comissão de Defesa dos Direitos da Minoria Oprimida já deve estar mexendo seus pauzinhos para defendê-los e protegê-los da sanha criminosa de uma sociedade revoltada por mais um crime sem explicação.

A pena para este tipo de delito, o latrocínio, prevê o parágrafo 3º, do artigo 157, do Código Penal, se inicia aos vinte anos de reclusão, podendo chegar aos trinta. Se considerarmos os outros delitos porventura cometidos pelo grupo (resistência à prisão, formação de quadrilha ou bando, etc), eles podem pegar, digamos, quarenta anos de cadeia cada um. Como no Brasil o criminoso, independentemente do crime praticado, não pode ficar preso por mais de trinta anos, e considerados os demais benefícios que a lei criou para os bandidos, os rapazes certamente estarão nas ruas novamente, livres, leves e soltos para roubar e matar outras Carolines dentro de seis a sete anos. Você não acha que é muito pouco, quase um prêmio, para quem tira a vida de um ser humano, principalmente de uma jovem de apenas 15 anos? Que punição eles deveriam receber? Deixe o seu comentário.

Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ

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