segunda-feira, 25 de março de 2013

A FARRA DAS COMPANHIAS AÉREAS NA ROTA BELÉM-SANTARÉM

Nos dias da Semana Santa deste ano as companhias aéreas vão fazer, no Pará, o que sempre fizeram em períodos de feriadões. Sobretudo na rota Belém-Santarém a exploração é tão antiga quanto a existência de aviões nesse percurso. Há 15 anos, nos tempos da Varig e da Vasp, quem precisasse ir de uma cidade à outra tinha que desembolsar cerca de 700 reais ida e volta, tabelados naquele tempo.

Nesta semana, a Azul está oferecendo promoção entre várias cidades, que incluem, nesta região, Belém, Marabá e Macapá. Santarém jamais aparece nessas promoções justamente porque é um trecho altamente rentável para as empresas. Raramente se vê assentos desocupados entre Belém e Santarém e de lá para cá, em todos os voos, sejam de dia ou de madrugada.

Santarém tem um aeroporto regional, atendendo a mais de dez municípios, e essa é uma das explicações para a lotação da TAM, Gol e Azul. E por isso mesmo a rota nunca é incluída nas promoções. 

Na Semana Santa, pela mesma Azul, os preços são os seguintes na rota paraense: Belém-Santarém: 585 reais (com a dica de que se trata de "promoção"); para o retorno há três preços explicáveis apenas pela empresa, imaginando-se que esteja afeto ao horário: 168 reais; 379 reais e 489 reais.

Na Gol, estes são os preços "promocionais": Belém-Santarém: 335 reais e 682 reais, em horários diferentes. O retorno tem dois preços: 573 reais e 513 reais, em horários distintos.

Mas a campeã é a TAM. Belém-Santarém, dois preços: 482 reais e 662 reais. O retorno é sacrifício de Semana Santa para quem ou tem muito dinheiro ou muita necessidade de viajar: 1. 184 reais e 1.304 reais, dependendo do horário.

Como se vê, uma autêntica farra das empresas de transporte aéreo. Quem precisa viajar nesse trecho deve ter muito cuidado, pois, sobretudo TAM e GOL aplicam verdadeiras pegadinhas nos seus sites na internet: os preços podem mudar durante uma operação de compra, ou o site trava para, logo em seguida abrir com outros preços, sempre mais altos. 

Mesmo que esse trecho seja muito rentável para essas empresas, uma viagem no percurso pode, inclusive, incluir a oferta de comida com prazo vencido. Foi o que eu publiquei aqui neste blog no dia 1 de janeiro de 2013, começando assim:

"Os passageiros do voo TAM JJ-3421, da linha Santarém-Rio/Galeão com escala em Belém - os que estavam acordados pós-ressaca do réveillon - foram agraciados na tarde de hoje com um lanche constando de uma única bolacha água e sal e um pedaço de bolo fabricado há mais de cinco meses, iguarias cujo prazo de validade estava vencido" 

Os comissários da TAM foram avisados de que estavam servindo comida possivelmente estragada e nada disseram, assim como a empresa, que não deu nenhuma explicação, da mesma forma como não explica preços tão absurdos cobrados nesse trecho.

Como a região Oeste do Pará não tem lideranças políticas nem empresariais - ou seja porque empresários e políticos podem pagar quanto lhes for cobrado por uma passagem - os eleitores viajantes que se lixem, ou que caminhem, ou nadem até Roma para se queixar ao papa.

Fonte: Blog do Manuel Dutra

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